Benfica vence Sporting por 2-0 e quebra "enguiço" de três anos
Dois golos, três pontos e um enguiço com três anos quebrado de forma categórica, numa altura chave da temporada. A vitória do Benfica no derby (2-0), a primeira na Luz desde 2005, tem como consequência imediata uma reaproximação dos três grandes, separados por um ponto a uma semana de fechar o ciclo dos clássicos.
Para lá da aritmética, o resultado dá um suplemento de ânimo e um atestado de viabilidade ao projecto de reconstrução encarnada a que Quique Flores e Rui Costa meteram mãos no Verão. Face aos prazos apertados da obra, a vitória sobre o Sporting representa para o técnico espanhol o maior luxo que podia pedir nesta altura: um suplemento de tempo e confiança.
O confronto de estilos, desenhado à partida, não foi atenuado pelas opções iniciais dos treinadores. Frente a um "leão" mais compacto, que procurava conduzir o jogo para a sua zona mais forte (o centro), Quique mantinha o onze de Paços de Ferreira, dando a um Benfica com tendência para abrir as asas (e os espaços), alguma consistência extra com a presença de Ruben Amorim na direita.
Crónica do Jogo:
A certeza de que o Sporting estava menos pressionado saiu reforçada logo no primeiro minuto: a perdida de Yannick na cara de Quim foi um aviso que o Benfica teve de levar a sério, passando os minutos seguintes a procurar acertar a estratégia do fora-de-jogo para se livrar de mais sustos.
Só aos 20 minutos é que o Benfica foi capaz de "abrir as asas" pela primeira vez, quando Maxi se soltou na direita para um cruzamento-remate que Nuno Gomes desviou para fora.
Postiga, numa fase de grande confiança, voltou a pôr a Luz em respeito, com um tiraço que obrigou Quim a um "voo" aparatoso. Mas nesta altura já a dupla de centrais da Luz recuperara dos sustos iniciais, com Sidnei a ganhar protagonismo com dois cortes in extremis.
Com Yebda incansável a ganhar duelos a meio-campo, o Benfica começava a esvaziar o ponto forte do adversário. E, mesmo em ritmo de pisca-pisca, acabou a primeira parte mais perto da área de Rui Patrício. No último lance antes do intervalo, Yebda foi puxado por Postiga na área, num lance que Duarte Gomes decidiu... nada. Mas era preciso mais para desamarrar o jogo da teia de equilíbrios entre um Sporting que tinha mais bola e um Benfica que corria mais.
Na segunda parte, Quique não esperou para ver como "paravam as modas" e meteu Katsouranis. Assim, o impressionante Yebda ganhava um aliado para os duelos musculados a meio-campo enquanto o talento intermitente de Carlos Martins passava a ter melhor aplicação na ala direita. O braço-de-ferro começava a inclinar-se para a baliza de Patrício, mas faltava mais um dado para completar a equação: a troca de Aimar por Nuno Gomes, com o argentino a dar, pela primeira vez, o seu talento, ligando o jogo ofensivo da equipa com um futebol sinuoso e determinado.
O Sporting esperou demasiado para ver os efeitos práticos pelas alterações, perdendo capacidade para inquietar Quim com o passar dos minutos. Quando Paulo Bento lançou Derlei para tentar "reacender a chama", já a Luz se tinha transformado num "vulcão", incendiada por um momento de "magia": no minuto anterior, Reyes, até aí pouco esclarecido, aproveitara um passe atrasado de Aimar para um golaço em "forma de ponto de exclamação", que definiu o rumo do jogo.
Cinco minutos depois, Aimar ganhou o livre que Martins colocou na cabeça de Sidnei. O 2-0 era uma "viagem" sem regresso para o "leão". Nem a entrada de Liedson (bons olhos o vejam!) para os minutos finais era capaz de devolver o jogo ao equilíbrio inicial. O Benfica tinha a vitória no bolso, por mérito próprio. Porque trabalhou mais para isso, porque foi capaz de atenuar as fraquezas e depois, correr os riscos certos, e na altura certa, encontrar o momento mágico de Reyes para "abrir as asas e voar".
Por Nuno Madureira, jornalista "Mais Futebol"

O confronto de estilos, desenhado à partida, não foi atenuado pelas opções iniciais dos treinadores. Frente a um "leão" mais compacto, que procurava conduzir o jogo para a sua zona mais forte (o centro), Quique mantinha o onze de Paços de Ferreira, dando a um Benfica com tendência para abrir as asas (e os espaços), alguma consistência extra com a presença de Ruben Amorim na direita.
Crónica do Jogo:
A certeza de que o Sporting estava menos pressionado saiu reforçada logo no primeiro minuto: a perdida de Yannick na cara de Quim foi um aviso que o Benfica teve de levar a sério, passando os minutos seguintes a procurar acertar a estratégia do fora-de-jogo para se livrar de mais sustos.
Só aos 20 minutos é que o Benfica foi capaz de "abrir as asas" pela primeira vez, quando Maxi se soltou na direita para um cruzamento-remate que Nuno Gomes desviou para fora.
Postiga, numa fase de grande confiança, voltou a pôr a Luz em respeito, com um tiraço que obrigou Quim a um "voo" aparatoso. Mas nesta altura já a dupla de centrais da Luz recuperara dos sustos iniciais, com Sidnei a ganhar protagonismo com dois cortes in extremis.

Na segunda parte, Quique não esperou para ver como "paravam as modas" e meteu Katsouranis. Assim, o impressionante Yebda ganhava um aliado para os duelos musculados a meio-campo enquanto o talento intermitente de Carlos Martins passava a ter melhor aplicação na ala direita. O braço-de-ferro começava a inclinar-se para a baliza de Patrício, mas faltava mais um dado para completar a equação: a troca de Aimar por Nuno Gomes, com o argentino a dar, pela primeira vez, o seu talento, ligando o jogo ofensivo da equipa com um futebol sinuoso e determinado.
O Sporting esperou demasiado para ver os efeitos práticos pelas alterações, perdendo capacidade para inquietar Quim com o passar dos minutos. Quando Paulo Bento lançou Derlei para tentar "reacender a chama", já a Luz se tinha transformado num "vulcão", incendiada por um momento de "magia": no minuto anterior, Reyes, até aí pouco esclarecido, aproveitara um passe atrasado de Aimar para um golaço em "forma de ponto de exclamação", que definiu o rumo do jogo.
Cinco minutos depois, Aimar ganhou o livre que Martins colocou na cabeça de Sidnei. O 2-0 era uma "viagem" sem regresso para o "leão". Nem a entrada de Liedson (bons olhos o vejam!) para os minutos finais era capaz de devolver o jogo ao equilíbrio inicial. O Benfica tinha a vitória no bolso, por mérito próprio. Porque trabalhou mais para isso, porque foi capaz de atenuar as fraquezas e depois, correr os riscos certos, e na altura certa, encontrar o momento mágico de Reyes para "abrir as asas e voar".
Por Nuno Madureira, jornalista "Mais Futebol"