O Benfica tinha uma missão muito importante na Madeira, já que precisava recuperar o segundo lugar da classificação, que o Vitória de Guimarães conquistara em Leiria, mas esteve aquém de brilhar em tamanha missão, ainda que tenha conseguido o objectivo, ao empatar com o Marítimo, este Domingo.
A equipa encarnada apresentou-se recheada de alterações, todas elas com efeito defensivo: quatro laterais, dois médios defensivos e a mesma coisa de sempre, um futebol sem ideais, cultura táctica ou objectividade.
Já o Marítimo teve, pelo menos até ao golo de Cardozo - sempre muito só e desamparado, apesar dos problemas criados aos centrais Gregory e Van der Linden -, quase sempre a iniciativa, criando oportunidades, duas delas negadas por grandes intervenções de Quim.
A formação da casa tinha alguns problemas no sector mais avançado, onde actuou Baba, só e sem qualidade para superar Edcarlos e Katsouranis.
Bruno tentou levar a equipa para a frente, mas só com remates de longe criavam perigo para a baliza encarnada, com Marcinho muito activo até ao golo de Cardozo.
Era preciso muito empenho, motivação e trabalho extra, disse Chalana ainda antes de embarcarem para a Madeira. Os jogadores responderam afirmativamente, mas isso só aconteceu após a vantagem obtida no marcador, na sequência de um canto apontado à maneira curta por Sepsi, correspondendo Cardozo com uma bela cabeçada. Estava feito o 1-0.
O início do segundo tempo voltou a revelar um Benfica apagado e passivo, aproveitando para queimar tempo.
O Marítimo tinha mais controlo a Meio-Campo, mas eram os encarnados quem controlavam e pautavam a dinâmica
verde-rubra.
Sensivelmente a meio da etapa complementar, já o Benfica estava encostado no seu miolo, quando Chalana fez entrar Rui Costa. Até aí, poucas oportunidades de golo tinham existido, é verdade, mas foi Rui Costa quem criou melhores equilíbrios no Meio-Campo, além de arrancar mais espaços para Cristian Rodrigues e Cardozo.
Mas, vindo do nada, surge o empate. Uma abertura magnífica de Olberdam isolou Ytalo e perante a passividade de Edcarlos, o jovem maritimista bateu Quim com um belo remate cruzado.
Chalana apostou em Nuno Gomes e Maxi Pereira, alterações que se revelaram importantes para a pressão final dos encarnados à baliza de Marcos.
O jogo mudou, contudo, um pouco, pois o Marítimo só apostava no Contra-Ataque, enquanto o Benfica pressionava mais, mas sempre sem resultados práticos, exceptuando um Livre de Cardozo, que até deu a sensação de Golo...
Com o final a perspectivar-se, o Marítimo contou, essencialmente, com a vontade de algumas unidades no bloqueio ofensivo.
Marcinho ainda teve nos pés o Golo da vitória, mas a bola esbarrou no pé de Edcarlos.
O empate, todavia, acaba por ser um resultado justo.
Por
João Manuel Fernandes, jornalista "Mais Futebol"